Os tumores cerebrais primários incluem tumores que se originam nos tecidos do cérebro ou nas suas imediações, sendo categorizados como gliais (compostos de células gliais) ou não gliais (desenvolvidos em ou nas estruturas do cérebro, incluindo nervos, vasos sanguíneos e glândulas), podendo ser benignos ou malignos.
Os tumores cerebrais metastáticos são aqueles provenientes de outras partes do corpo (como mama ou pulmões) e migram para o cérebro, geralmente através da corrente sanguínea. Os tumores metastáticos são considerados câncer e são malignos.
Tumores Cerebrais Benignos
- Meningiomas: tumores intracranianos benignos mais comuns. Compreendem de 10 a 15% dos tumores cerebrais. São originários das meninges: membrana que envolvem o sistema nervoso central (cérebro e medula)
- Adenomas hipofisários: tumores intracranianos localizados na hipófise. Geralmente acometem pessoas entre 30 e 40 anos.
- Schwanomas ou neurinomas: tumores benignos que surgem ao longo dos nervos. Neurinoma do acústico é o mais comum, proveniente do nervo acústico ou vestibular. Embora sejam tumores benignos, podem causar sérias complicações pois comprimem os nervos e até o cérebro.
Tumores Cerebrais Malignos
- Gliomas: tumor cerebral mais comum no adulto. Surgem das células que sustentam o cérebro, denominadas células da glia. Estas células são subdivididas em astrócitos, oligodendrócitos e células ependimárias. Astrocitomas são os gliomas mais frequentes.
Causas
Acredita-se que os tumores cerebrais surjam quando certos genes nos cromossomos de uma célula são danificados e não funcionam mais adequadamente. Em alguns casos, um indivíduo pode nascer com defeitos parciais em um ou mais desses genes. Fatores ambientais podem então levar a mais danos. Em outros casos, o dano ambiental aos genes pode ser a única causa.
Uma vez que uma célula está se dividindo rapidamente e os mecanismos internos para verificar seu crescimento são danificados, a célula pode eventualmente se transformar em um tumor. Outra linha de defesa pode ser o sistema imunológico do corpo, que detectaria de forma ideal a célula anormal e a mataria. Os tumores podem produzir substâncias que impedem o sistema imunológico de reconhecer as células tumorais anormais e, eventualmente, superam todos os impedimentos internos e externos ao seu crescimento.
Sintomas
Os sintomas variam dependendo da localização do tumor cerebral:
- Dores de cabeça que podem ser mais intensas pela manhã
- Ataques ou convulsões
- Dificuldade em pensar, falar ou articular
- Mudanças de personalidade
- Fraqueza ou paralisia em uma parte ou um lado do corpo
- Perda de equilíbrio ou tontura
- Mudanças de visão
- Mudanças de audição
- Dormência facial ou formigamento
- Náusea ou vômito, dificuldade para engolir
- Confusão e desorientação
Diagnóstico
Técnicas de imagem sofisticadas podem localizar tumores cerebrais. As ferramentas de diagnóstico incluem tomografia computadorizada e ressonância magnética. A ressonância magnética intraoperatória também é usada durante a cirurgia para orientar as biópsias de tecido e a remoção do tumor.
Às vezes, a única maneira de fazer um diagnóstico definitivo de um tumor cerebral é por meio de uma biópsia. O neurocirurgião realiza a biópsia e o patologista faz o diagnóstico final, determinando se o tumor parece benigno ou maligno e classificando-o de acordo.
Tratamento
Os tumores cerebrais (sejam primários ou metastáticos, benignos ou malignos) geralmente são tratados com cirurgia, radiação e / ou quimioterapia - isoladamente ou em várias combinações. Embora seja verdade que a radiação e a quimioterapia são usadas com mais frequência para tumores malignos, residuais ou recorrentes, as decisões sobre qual tratamento usar são feitas caso a caso e dependem de vários fatores. Existem riscos e efeitos colaterais associados a cada tipo de terapia.
Cirurgia
A remoção cirúrgica completa ou quase completa de um tumor cerebral é benéfica para o paciente. O desafio do neurocirurgião é remover o máximo de tumor possível, sem lesar o tecido cerebral importante para a função neurológica do paciente (como a capacidade de falar, andar, etc.). Tradicionalmente, os neurocirurgiões abrem o crânio por meio de uma craniotomia para garantir que possam acessar o tumor e remover o máximo possível.
Outro procedimento comumente realizado, às vezes antes de uma craniotomia, é chamado de biópsia estereotáxica. Essa operação menor permite que os médicos obtenham amostras do tecido para fazer um diagnóstico preciso. Normalmente, uma moldura é fixada na cabeça do paciente, uma varredura é obtida e, em seguida, o paciente é levado para a área de operação, onde um pequeno orifício é feito no crânio para permitir o acesso à área anormal. Com base na localização da lesão, alguns hospitais podem fazer esse mesmo procedimento sem o uso de uma moldura. Uma pequena amostra é obtida para exame ao microscópio.
No início da década de 1990, foram introduzidos dispositivos computadorizados chamados de neuronavegação cirúrgica. Esses sistemas auxiliam o neurocirurgião com a localização e orientação dos tumores. Esta informação reduziu os riscos e melhorou a extensão da remoção do tumor. Em muitos casos, os sistemas de navegação cirúrgica permitiram que tumores anteriormente inoperáveis fossem excisados com riscos aceitáveis.
O mapeamento intraoperatório da linguagem é considerado por alguns como uma técnica criticamente importante para pacientes com tumores que afetam a função da linguagem, como grandes gliomas do hemisfério dominante. Este procedimento envolve operar um paciente consciente e mapear a anatomia da função da linguagem durante a operação. O médico então decide quais partes do tumor são seguras para ressecção. Estudos recentes determinaram que o mapeamento cortical da linguagem pode ser usado como um complemento seguro e eficiente para otimizar a ressecção do glioma, preservando os locais essenciais da linguagem.
Radioterapia
A radioterapia utilizada a alta energia dos raios X para matar células neoplásicas e para reduzir tumores. A radioterapia é uma opção terapia para o tumor que não puder ser tratado com eficácia por meio de cirurgia.
As técnicas utilizadas atualmente evoluíram e os feixes de radioatividade são direcionados especificamente para o tumor. A vantagem é que menos tecido ao redor do tumor sofre danos.
Quimioterapia
Tratamento que utiliza medicamentos com objetivo de destruir as células doentes que formam um tumor, bloquear o crescimento do tumor ou impedir que estas células se espalhem pelo corpo.
A quimioterapia pode ser empregada como tratamento isolado ou combinado com radioterapia, cirurgia ou outro procedimento indicado pelo médico, dependendo do tipo do tumor, sua localização e o estágio da doença. O tratamento pode ser realizado durante a internação hospitalar ou em ambulatório, em área especialmente preparada para esse fim.